terça-feira, 5 de março de 2013

Análise da reportagem da folha de São Paulo do dia 23 de novembro de 2012


                
                A partir do dialogo entre a imagem da reportagem e a manchete do jornal, podemos considerar a utilização da associação imagética irônica por parte do discurso do jornal. Ao por a cena da presidente do país Dilma Roussef segurando a toga do presidente do Supremo Tribunal Federal Joaquim Barbosa associada a “Barbosa quer STF atento à sociedade e longe da política”, o interlocutor nos faz rememorar a velha expressão “rabo preso”, pois se atentarmos a perspectiva que o STF é um órgão que visa julgar todos os cidadãos do país e que participa da organização política deste, o próprio Barbosa não poderia abster-se da política, e ainda, não pode deixar de relacionar-se com os membros vigentes dos três poderes, pois a ele também é conferido o cargo de julgá-los.
                Se virmos o termo “política” usado na manchete como “politicagem”, poderemos entender uma relação diferenciada a esta ironia. O jornal não usou o termo politicagem, mas política, induzindo o leitor a compreender ou todo o circulo político do país como corrupto, como o termo politicagem usualmente vem a se referir, ou que o Juiz quer distanciar seu olhar dos membros políticos e utilizar apenas o braço da lei com assuntos diretos da sociedade, evitando assim os impasses e constantes escândalos políticos no país.

quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

O Caminho p'r'o Diálogo


                A linguagem humana é matéria do pensamento e veículo da comunicação social, todo ser humano possui esta faculdade. Como propriedade desta linguagem está a capacidade criadora do ser humano que desenvolve novas maneiras de veicular seu pensamento, comunicar-se. A língua é uma destas maneiras.
                As línguas naturais são produtos sociais da faculdade da linguagem, é uma parte social da linguagem gerada e apreendida internamente e externamente. A capacidade do ser humano de gerar sentenças a partir da conciliação de seu próprio conhecimento linguístico e do ambiente em que está inserido o faz apreender também os significados do mundo, o que por sua vez o permite estabelecer relações ideológicas nas suas sentenças, posicionando-se em relação aos conceitos ideológicos que o circundam e nos quais está inserido, sendo isto chamado de discurso. De outra forma não poderia de ser, pois assim como não há sociedade sem linguagem, não há linguagem sem sociedade.

Os Círculos de Nevel e Vitebsk


O discurso dialógico em pauta

                O famoso círculo de estudos, conhecido hoje como círculo de Bakhtin, iniciou seus trabalhos n’uma Rússia em mudança nas esferas artísticas, filosóficas, econômicas e governamentais. Esta Rússia deixara a pouco o regime czarista, passara por uma sucessão de revoluções em 1917 e, no momento, 1918, estava caminhando à guerra civil, o tratado de Brest-Litovsk seria assinado e depois cancelado. Dostoievski, autor dos romances que ganharam um famoso estudo do círculo em “Problemas da poética de Dostoiévski” publicado em 1929, já havia feito seu clarividente discurso sobre o futuro da Rússia e já não se encontrava entre os de carne há trinta e oito anos. O formalismo russo estava em seu pleno desenrolar e começava a ser criticado e até perseguido dentro da revolucionária Rússia, como serão perseguidas outras correntes do pensamento estético; em toda a Europa os estudos linguísticos passavam por uma efervescência que mudaria toda maneira de pensar a linguagem, nesta ambientação que em principio para um “Seminário Kantiano” os estudiosos formaram o famoso círculo.

As Cadeiras dos Círculos
Outubro 1924. Sentados, da esquerda para a direita: M. V. Yudina, M. M. Bakhtin, L. V. Pumpjanskij, P. N. Medvedev, A. I. Vaginov; pé: N. A. Vološinova, V. N. Vološinov, E. A. Okolovich, K. K. Vaginov.
Vološinov e família em Leningrado durante o inverno 1924-1925. Sentados: M. M. Bakhtin, M. V. Judina, V. N. Vološinov, L. V. Pumpianskij, P. N. Medvedev. Em pé: N. A. Vološinova, E. A. Okolovich, K. K. Vaginov.


1918:
Mikhail Mikhailovich Bakhtin 
Matvei Isaevich Kagan 
Lev Vasilievich Pumpianskii 
Valentin Nikolaevich Voloshinov 

Maria Veniaminovna Yudina 












Boris Mikhailovich Zubakin 













1920:

Pavel Nikolaevich Medvedev 
Ivan Ivanovich Sollertinskii 













1924:

Konstantin Konstantinovich Vaginov 
Michael Izrailevich Tubyansk
Ivan Ivanovich Kanaiev 













Outro fato interessante é o empenho de esposa de Bakhtin, Elena, em publicar seus escritos
Elena Alexandrovna Okolovich